A qualidade de vida influencia na produtividade?
No mundo corporativo atual, a busca por produtividade frequentemente se choca com a necessidade de qualidade de vida dos colaboradores. É o que chamamos de work-life balance.
As pesquisas mais recentes sobre “workplace” apontam que Foco e Colaboração serão as novas métricas-chave de produtividade que ajudarão as empresas a sobreviver e prosperar nos próximos anos. Essas novas métricas de produtividade substituirão o total de horas trabalhadas, resultados obtidos e a presença física nos escritórios — e vão redefinir como as organizações gerenciam suas metas de desempenho.
Este artigo explora como a qualidade de vida dos colaboradores está intimamente relacionada com sua produtividade.
O impacto da saúde mental na produtividade dos colaboradores
Já vamos começar com um tema complexo que envolve múltiplos fatores, desde a saúde mental e física dos funcionários até o ambiente de trabalho e a cultura organizacional.
Um dos principais determinantes da produtividade é o bem-estar geral dos colaboradores. Quando as pessoas se sentem bem, tanto física quanto mentalmente, elas tendem a ser mais engajadas, criativas e eficientes em suas tarefas.
A saúde mental, portanto, tem um papel muito importante na análise da qualidade de vida e produtividade.
Colaboradores que lidam com altos níveis de estresse ou problemas de saúde podem ter dificuldade em se concentrar, tomar decisões ou se manter motivados, já que o bem-estar pessoal desempenha um papel muito importante para as capacidades de uma pessoa, influenciando diretamente aspectos como concentração, memória e capacidade de raciocínio.
Traduzindo, iniciativas que promovam a saúde mental dos colaboradores e o bem-estar no local de trabalho não apenas melhoram a qualidade de vida individual, mas também impactam diretamente na produtividade.
Motivação e Engajamento no Ambiente de Trabalho
Uma verdade difícil deve ser dita: a relação gestor – colaborador é uma das que mais impacta o dia a dia dos indivíduos em uma organização. Uma pesquisa recente indicou que 57% das pessoas largam seus empregos por causa da liderança.
Sabemos que o ambiente de trabalho saudável é um grande influenciador da qualidade de vida.
Programas de cultura e transformação podem ajudar a organizar e/ou criar rituais que favoreçam este equilíbrio.
Programas de liderança, por sua vez, produzem efeito imediato considerando que um ambiente de trabalho que promove reconhecimento, apoio e oportunidades de desenvolvimento tende a motivar os colaboradores.
O engajamento resultante leva a uma disposição mais positiva para realizar tarefas, buscando a excelência e impactando positivamente a produtividade. Quando os colaboradores se sentem valorizados, apoiados e parte de uma equipe, a relação é direta entre a produtividade e o bem-estar do colaborador.
Um ambiente positivo de trabalho é fundamental para facilitar o estado de flow, uma vez que cria um contexto onde os colaboradores se sentem seguros, valorizados e apoiados.
Em um cenário onde há respeito mútuo, comunicação aberta e reconhecimento das contribuições individuais, os colaboradores tendem a se engajar mais profundamente em suas atividades, permitindo que eles mergulhem em suas tarefas com maior concentração e dedicação, alcançando assim o estado de flow.
Organizações podem ajudar a promover o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional
Há um entendimento dinâmico do que é equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Acontece que as fronteiras entre o trabalho e a família não são fixas, mas sim flexíveis e subjetivas, variando de pessoa para pessoa.
Essas fronteiras podem ser permeáveis, permitindo que aspectos do trabalho e da vida familiar se sobreponham, ou podem ser rígidas, mantendo uma separação clara entre os dois domínios.
Um ponto super importante dessa ideia é a de que a eficácia na gestão dessas fronteiras influencia diretamente a satisfação tanto no trabalho quanto na vida familiar. Indivíduos com fronteiras permeáveis podem experimentar maior integração entre trabalho e família, o que pode ser benéfico em termos de flexibilidade, mas também pode levar a conflitos e estresse.
Por outro lado, fronteiras rígidas proporcionam uma separação clara, que pode ajudar na concentração e na redução de interferências, mas também pode limitar a flexibilidade e a capacidade de responder a demandas inesperadas em qualquer um dos domínios.
Por causa disso, entender as preferências individuais e as necessidades de cada pessoa no que diz respeito ao equilíbrio trabalho/família é muito importante para as organizações.
Reconhecer que não existe uma abordagem única para todos e que as estratégias para gerenciar essas fronteiras devem ser personalizadas é uma virada de chave na estratégia para implementar uma cultura organizacional impactante.
Apoiar os colaboradores na gestão dessas fronteiras, por meio de políticas flexíveis e do respeito ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, significa que, quando as coisas estão equilibradas na maior parte das esferas da vida, a pessoa consegue se dedicar realmente e integralmente a tarefa/desafio e isso resulta em um ganho de produtividade.
Redução do Turnover e Retenção de Talentos
Entender como o turnover e a retenção de talentos impactam a qualidade de vida das pessoas em um time é um ponto fundamental para qualquer organização que busque manter uma força de trabalho competitiva e engajada.
Com um turnover elevado, custos associados à perda de um funcionário incluem não apenas a necessidade de recrutar e treinar um substituto, mas também a perda de conhecimento e experiência, bem como o possível impacto negativo na moral da equipe e na produtividade.
Em contraste, uma alta taxa de retenção de talentos traz diversos benefícios.
Funcionários de longo prazo desenvolvem um conhecimento profundo dos processos, cultura e objetivos da empresa. Eles também estabelecem relacionamentos sólidos dentro e fora da organização, o que pode ser crucial para o networking e o desenvolvimento de negócios.
Além disso, manter talentos chave contribui para a continuidade dos negócios e para a construção de uma cultura organizacional forte, onde novos funcionários podem aprender e crescer.
Qualidade de vida não é felicidade, mas equilíbrio e harmonia
A qualidade de vida no trabalho vai além da busca por felicidade; ela representa um equilíbrio entre desafios e habilidades.
Quando as esferas da vida de um indivíduo estão equilibradas, ele consegue se dedicar integralmente a suas tarefas, aumentando sua produtividade e satisfação.
O “Jeito Flow” se refere à criação de condições que permitam aos funcionários experimentar um estado de imersão total, satisfação e engajamento em suas atividades de trabalho.
Quando os colaboradores experimentam o estado de flow, eles se sentem mais conectados e satisfeitos com o seu trabalho, o que impacta positivamente tanto na qualidade de vida do colaborador quanto na sua produtividade.
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