O poder das escolhas: quantas decisões o seu piloto automático está tomando por você?
Pode ser que a meia que você escolheu ao sair de casa hoje mude o seu dia completamente. Mas é bem mais provável que essa decisão não signifique nem implique muita coisa. Ainda assim, você precisa escolher.
Não é à toa que tantas pessoas refletem, pesquisam e discutem sobre como tomar melhores decisões – e sobre o poder que as escolhas têm sobre nossas vidas. Neste artigo, reunimos algumas referências muito inspiradoras e úteis para sair do piloto automático e tomar melhores decisões em nosso dia a dia. Têm dados científicos, ideias de um vencedor do Nobel de Economia e uma apresentação instigante do fundador da Flow Group no TEDx. Se eu fosse você, escolheria seguir na leitura!
Você (todos nós, na verdade) toma cerca de 35 mil decisões todos os dias. Elas estão por todos os lados: tanto nas atividades mais básicas, como se alimentar e se vestir, quanto nas mais complexas, como trabalhar e construir relações pessoais.
Como você já deve imaginar, muitas delas acontecem de forma quase automática e influenciam pouco ou quase nada nossas vidas. Outras, no entanto, podem definir seu presente e seu futuro.
E é nesses casos que alguns ingredientes se tornam essenciais: tempo para pensar, coragem para avaliar as próprias atitudes e também a clareza sobre quem você quer ser e onde deseja chegar.
Então, que tal entender melhor como funcionam os processos de decisões no nosso cérebro e descobrir o poder das escolhas na sua vida? A gente garante que seguir na leitura é a melhor decisão!
Escolhas conscientes e inconscientes, segundo um vencedor do Nobel de Economia
“Rápido e Devagar“ é um livro escrito pelo psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2002, Daniel Kahneman. Nele, o autor demonstra e explora as duas formas de pensar que influenciam nossas escolhas: o Sistema 1, que é rápido e intuitivo, e o Sistema 2, que é lento e deliberado.
Sistema 1
O Sistema 1 é responsável por grande parte das nossas ações cotidianas, como andar, falar, comer e dirigir, permitindo que realizemos essas tarefas de forma rápida e eficiente, sem exigir muito esforço cognitivo.
Por exemplo, é muito provável que uma criança criada no bairro da Mooca, em São Paulo, intuitivamente prefira uma macarronada do que um prato de sashimi para seu jantar.
Nesse exemplo, o Sistema 1 rapidamente reúne as principais informações acumuladas por aquela criança durante sua vida e decide, sem considerar informações nutricionais, valor ou qualidade, aquilo que lhe é mais próximo, mais confortável, mais comum.
O Sistema 1 é essencial para manter a vida acontecendo. Afinal, já imaginou ter que ponderar e racionalizar cada uma das cerca de 35 mil decisões que você toma diariamente? Seria exaustivo e, na verdade, impossível.
Acontece que, segundo Kahneman, a maior parte de nós prefere utilizar o Sistema 1, seja qual for a situação. O autor argumenta que essa preferência é uma característica natural da forma como nosso cérebro funciona, pois economiza energia e recursos mentais.
No entanto, essa preferência pelo Sistema 1 também pode levar a erros de julgamento e tomada de decisão. Isso porque as escolhas baseadas na intuição podem ser influenciadas por vieses cognitivos e emoções, muitas vezes levando a decisões irracionais ou pouco fundamentadas.
Sistema 2
Por isso, Kahneman enfatiza a importância de reconhecer quando o Sistema 2 é necessário, especialmente em situações complexas e importantes que exigem uma avaliação mais cuidadosa e consciente. Ele argumenta que, embora seja mais difícil e demorado, o uso do Sistema 2 pode levar a escolhas mais informadas e acertadas, evitando armadilhas da intuição e vieses cognitivos.
Ou seja: tudo bem escolher sua meia de forma intuitiva; mas quando o assunto é seu futuro, sua carreira, seu bem-estar e suas relações sociais, é melhor ativar o Sistema 2 e ponderar conscientemente seus motivos para tomar uma decisão, bem como quais consequências ela pode trazer.
Não deixe na mão do piloto automático aquilo que realmente pode mudar os rumos da sua vida.
O poder das escolhas conscientes
Em sua palestra no TEDxSetúbal (Portugal), António Chacona conta que, em um dado momento de sua vida, precisou escolher entre sua carreira promissora em uma grande empresa e seu sonho de empreender: e essa escolha foi determinante para seu sucesso posterior.
Aliás, se Chanoca tivesse decidido algo diferente, é muito provável que este texto que você está lendo agora nem existisse.
Contrariando seus próprios instintos e o que o mundo tende a apontar como correto, Chanoca seguiu seu sonho e fundou a então chamada Síntese Azul – a atual Flow Group!
Ele utiliza essa história para demonstrar a importância de termos consciência das escolhas que fazemos, e não simplesmente seguir o fluxo ou aceitar o que nos é imposto. Ele afirma que, muitas vezes, é preciso assumir riscos e sair da zona de conforto para alcançar nossos objetivos.
Mas colocar o Sistema 2 para trabalhar não é suficiente para tomar boas decisões. Afinal, o que define a qualidade de uma decisão é até onde ela nos leva ou o que nos proporciona. Portanto, de nada adianta refletir e ponderar sem saber aonde queremos chegar.
Precisamos ter clareza em relação ao que queremos em nossas vidas, pois só assim podemos tomar decisões que nos levem na direção certa. É importante sabermos aonde queremos chegar para podermos traçar um caminho que nos leve até lá.
Conclusão
E então, você sabe aonde quer chegar? Tem coragem para avaliar suas próprias decisões, sua história e até mesmo seus preconceitos? Está dedicando um tempo na sua rotina para refletir sobre o todo e ponderar sobre escolhas cruciais?
Responder “sim” para essas perguntas não é fácil. Mas fazê-las e refletir sobre elas já é um enorme passo para sair do piloto automático e assumir as rédeas de suas próprias decisões.
Em uma das edições mais recentes da nossa newsletter Let it Flow, indicamos outras leituras que abordam o mesmo tema. Para conferir, é só clicar aqui. Aproveita e já assina a news, para estar sempre a par de notícias e reflexões sobre desenvolvimento humano e profissional.