Paradoxo do Trabalho: o que é e qual sua importância para profissionais do RH

Se um grande amigo te perguntasse quais são as principais realizações de sua vida, no que você pensaria? Será que momentos marcantes da sua carreira estariam na lista? É muito provável que a resposta seja sim.

Agora, conta pra gente: você gostaria de passar mais tempo trabalhando? Você se sente engajado e satisfeito durante o trabalho? 

Foram essas as perguntas que o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi fez aos participantes de uma pesquisa na década de 60. E o que ele identificou foi que:

• Boa parte das pessoas relatam que tiveram alguns dos melhores e mais positivos momentos enquanto estavam trabalhando.
• Essas mesmas pessoas geralmente dizem que prefeririam não estar trabalhando e sua motivação no trabalho costuma ser baixa.
• Durante os tão desejados momentos de lazer e descanso, muitas pessoas dizem se sentir desanimadas.

A partir destas constatações, Mihaly descreveu o paradoxo do trabalho.

O que é o Paradoxo do Trabalho para Mihaly? 

No trabalho, as pessoas se sentem habilidosas e desafiadas, e consequentemente sentem-se mais felizes, fortes, criativas e satisfeitas. No tempo livre elas geralmente sentem que suas habilidades não estão sendo usadas, e tendem a se sentir mais tristes e insatisfeitas. 

Mesmo assim, é muito comum que as pessoas prefiram trabalhar menos e passar mais tempo descansando.

Aí está o paradoxo.

Por que essa contradição acontece?

Existem algumas causas possíveis para ele. Mas o que Mihaly identificou como a raiz da questão é que quando se trata de trabalho, nós não prestamos atenção no que estamos sentindo. Ou seja, baseamos a nossa motivação menos pela qualidade da experiência imediata e mais pela cultura enraizada no estereótipo do que o trabalho “deveria ser”: uma ferramenta de sustento, um meio para um fim, uma obrigação. 

Além disso, Mihaly pontuou outros três elementos relacionados ao paradoxo do trabalho que tendem a gerar insatisfação nos profissionais.

1. Carência de diversidade e desafios 

Boa parte das profissões pode se tornar repetitiva e monótona com o tempo. Essa sensação de mesmice e falta de desafios é uma das grandes causas para a insatisfação no trabalho – mesmo que ele já tenha trazido bons momentos e conquistas para o profissional. 

2. Lidar com conflitos com colegas e gestores

Nem todos os colaboradores têm domínio sobre as diretrizes da empresa para se comunicar com colegas e líderes, principalmente em situações de conflito. Isso pode gerar insegurança e ansiedade, tornando o ambiente de trabalho cansativo e estressante para os colaboradores.

3. Burnout

Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico causado por condições de trabalho desgastantes, sejam elas físicas, emocionais e/ou psicológicas. Ele é sentido como um estado de stress e tensão emocional crônicos. 

Essa síndrome pode ser causada por falta de comunicação, tratamento injusto no trabalho, ausência de suporte das lideranças, carga de trabalho impossível de gerenciar e pressão e prazos insustentáveis. 

Mas então, como desfazer esse paradoxo e permitir que as pessoas se sintam melhor tanto no trabalho quanto nos momentos de lazer?

É aí que entra o flow.

Como criar ambientes em que os profissionais se sintam satisfeitos?

Em suas pesquisas sobre o sentimento de felicidade e satisfação no trabalho, Mihaly identificou que os momentos em que as pessoas se sentem mais felizes são aqueles em que há foco total em uma única atividade. E muitos dos entrevistados utilizaram uma metáfora parecida para descrever esse momento: “é como estar flutuando”, “ser levado pelo fluxo”. Foi daí que o termo “flow” surgiu. 

Mihaly descreveu flow como “o momento em que o desafio é tão grande quanto a habilidade de completá-lo.”

Portanto, ambientes corporativos que propiciam maior engajamento, satisfação e resultados (os ambientes flow) são aqueles em que há respeito e colaboração, e em que os desafios, as capacidades e as ferramentas disponíveis sejam compatíveis.

Confira algumas dicas para que sua empresa e seus colaboradores entrem em flow!

• Defina objetivos claros e alcançáveis

  Não foque apenas na linha de chegada. Ao invés disso, pense em alcançar um objetivo simples que faça parte de sua maior tarefa. Com isso, os colaboradores sabem para onde ir e ficam engajados em atividades que podem ser cumpridas a curto, médio e longo prazo.

   

• Ofereça e estimule feedbacks instantâneos

  Tanto nas situações positivas quanto nas negativas, dê feedbacks instantâneos. Mas faça isso de maneira individual, para não expor os colaboradores.

   

• Combinação entre dificuldade e habilidade

  Se uma tarefa estiver acima do seu nível de habilidade, ela se torna muito assustadora de enfrentar.  Se estiver abaixo do seu nível de habilidade, o trabalho fica sem graça. Portanto, é importante direcionar as atividades para os colaboradores mais indicados para ela. Além disso, ofereça cursos e treinamentos para manter as equipes atualizadas e aptas a vencer seus desafios.

   

• Transparência
  

  Estimular uma cultura de transparência entre líderes e equipe, para que todos tenham as mesmas informações e ferramentas para cumprir seus objetivos.

Quer saber mais sobre o paradoxo do trabalho e como manter seus colaboradores mais engajados, satisfeitos e produtivos? Entre em contato com a gente!