Quantas decisões tomamos por dia? 

*relembrando artigo publicado em março de 2023 na Newsletter Let it Flow

Numa pesquisa rápida pela internet, diferentes fontes chegam ao número 35 mil. Um estudo da Cornell University aponta que só em relação a alimentação, são cerca de 226 escolhas. Com toda essa carga individual, desde quando acorda, passando pela grande parte do dia que passa trabalhando, até dormir, essa quantidade assusta quando pensada assim em números, dados. E se a reflexão for até o lugar de boas ou péssimas decisões, a ansiedade pode nem te deixar continuar a leitura deste texto.

Pois é, em uma reunião mensal interna que teve como ponto central a ideia de jornada, nos fez parar para pensar nas escolhas que fazemos todos os dias e que nos levam onde queremos chegar – quando conscientes.

Pedimos ao nosso time de consultores uma seleção de livros que falam sobre o tema e que, recomendamos muitíssimo, pois estão também nos nossos estudos ao criar cada programa, seja para liderança, cultura organizacional, trainee, estágio ou na forma consultiva como trabalhamos hoje, dentro das empresas. Se a sua jornada também esbarra em busca de conhecimento e combustível para a aprendizagem, vem com a gente! 

“O andar do bêbado” – relançado recentemente celebrando 10 anos de seu lançamento, o livro é best-seller e parte da premissa de que não estamos preparados para lidar com o aleatório e, por isso, não percebemos como o acaso interfere em nossas vidas. O autor Leonard Mlodinow combina os mais diferentes exemplos para mostrar que as notas escolares, diagnósticos médicos, sucesso de bilheteria e resultados eleitorais são, como muitas outras coisas, determinados por eventos imprevisíveis. Trazendo para o nosso tema, aqui a ideia é aprender a lidar com o que não podemos controlar.

“Factfulness: o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos” – Mais recente e por um outro ângulo, o livro escrito por Hans Rosling com o apoio de Ola Rosling e Anna Rosling Rönnlund fala da importância em se trabalhar com dados e não apenas confiar na intuição. Quando confrontadas com perguntas simples a respeito das tendências globais, as pessoas sistematicamente dão respostas incorretas. Isso acontece quando nos preocupamos com tudo o tempo todo em vez de compreendermos as coisas como realmente são, e perdemos a capacidade de nos concentrar nas verdadeiras ameaças. Aqui, a ideia é se basear no que acontece e não no que imaginamos que possa acontecer, como um meme famoso na internet que repete aos quatro ventos que a maioria das nossas preocupações nunca irão acontecer.

“Rápido e devagar: duas formas de pensar” – Vamos lá, neste livro, o autor Daniel Kahneman parte para o conceito das escolhas, ou melhor, o caminho que passa por duas formas: uma é rápida, intuitiva e emocional; a outra, mais lenta, deliberativa e lógica. Kahneman expõe as capacidades extraordinárias – e também os defeitos e vícios – do pensamento rápido e revela a influência das impressões intuitivas nas nossas decisões. Comportamentos tais como a aversão à perda, o excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa só podem ser compreendidos se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos. O autor dá dicas de quando podemos ou não confiar em nossa intuição.

“Nudge: Como tomar melhores decisões sobre saúde, dinheiro e felicidade” – Na raiz sobre o tema que trouxemos, a tomada de decisão, os autores Richard H. Thaler e Cass R. Sunstein vão a fundo na ciência comportamental para explicar por que escolhemos o que escolhemos. Usando diversos exemplos reveladores, eles mostram que nenhuma opção nos é apresentada de forma neutra, e que estamos todos suscetíveis a tomar decisões ruins. Ao compreender como as pessoas pensam é possível, no entanto, estabelecer uma “arquitetura da escolha” que facilita o reconhecimento das melhores opções para nós mesmos, nossa família e nossa sociedade, sem restringir nossa liberdade.