Em um encontro online que promovemos recentemente entre jovens e representantes de empresas de diversas áreas, um dos convidados contou sua trajetória até chegar ao cargo atual, diretor executivo de uma importante farmacêutica. Apesar de resumida, como era a proposta feita por nós, que era contar sobre você em poucos minutos, sua fala levantou questões que reverberam semanas depois.
Da escolha aos 18 anos, sobre qual curso estudar, passando por todas as etapas nas empresas que passou, ele afirmou mais de uma vez que não fazia ideia do que estava fazendo ou para onde estava indo. Existem hoje muitas opções e caminhos possíveis a percorrer a fim de encontrar uma satisfação profissional que some objetivos financeiros, qualidade de vida, realização e vontade de conhecer mais e mais sobre determinado assunto. Mas será possível prever o que irá acontecer?
No início desta década explodiu em todo o mundo um movimento de livros e autores vistos como gurus que ensinavam o passo a passo para nos tornarmos o que queremos ser. As dicas todas se compiladas podem sim fazer sentido de várias formas, mas será que existe uma real “previsibilidade segura”? Alguém contava com uma pandemia que pararia o planeta por mais de sete meses, por exemplo?
Passado algum tempo desde que tudo mudou, desde o primeiro infectado com o coronavírus, podemos concluir que não, não há garantias de que um bom planejamento te faça chegar onde quiser. Nem que existam fórmulas secretas de sucesso. Mas isso não significa que caminhos não devam ser percorridos e esforços depositados no que acreditamos. É dessa premissa que partem em boa parte dos nossos treinamentos e provocações com pessoas: não há fórmulas mas existem processos de reconhecimento de competências e autoconhecimento que apoiem trajetórias. Você pode não ter um plano de carreira, mas pode – e deve – desenhar diariamente possíveis caminhos de vida, que contemplem valores, vontades, questionamentos e buscas.
Tem um termo na área de saúde que pode ser adaptado facilmente para este tema: a redução de danos. Podemos não prever cada passo, mas podemos sim reduzir grandes quedas. O diretor executivo encerrou sua apresentação naquele dia do encontro online com uma frase que também acreditamos: “Você não pode ser bom em algo que você não gosta”. E descobrir sobre o que se gosta passa por muita experimentação. Para as empresas, o caminho é o olhar atento aos indivíduos, preparando, acolhendo, incentivando. Para você: não pare de caminhar, se preciso, troque caminhos, mas nunca a busca.
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